segunda-feira, 18 de junho de 2007

Radicalmente cristäo

Jon Sobrino concedeu uma longa entrevista, publicada no último suplemento dominical do El País. Vale a pena ler.

34 comentários:

Vítor Mácula disse...

Olá, Manel, bom dia.

Gostei muito de ler a entrevista.

Talvez se entreveja a questão com o magistério romano, não sei… A questão da omnipotência do amor (que não quer evidentemente limitar a sua potência odiando, por exemplo) dá luz à cruz; também me espanta um pouco ele distinguir “santidade” de “ser presença de deus”. Mas eu não conheço a obra deste moço.

Gosto muito da injunção de a hp abarcar a ternura e a emoção; a redução do “logos” à “ratio” é uma larga tradição romana.

É verdade que se sente o sopro do Deus cristão na sua atitude. E esse incrédulo Ellacuría também não me há de escapar. (Do Romero tenho os textos todos, incluindo as homilias.)

A sua noção de Igreja também é muito realista (isto é, tem que ver com o que se passa no cristianismo).

Quanto ao porventura mais importante, toda essa execução do amor alargado em terras de confusão e ódio e raiva, não tenho muito que consiga dizer; vieram-me as lágrimas aos olhos.

(Quiçá para compensar, veio-me uma ironia à mona: hoje em dia, Deus na sua infinita sabedoria temática e prática, delibera: Está na altura deste meu filho, cuja obra e vida é tão pertinente, ser mais visto e ouvido. Ora bem, vou pôr o magistério romano a desatinar com ele… ;)

Abraço

Anónimo disse...

Sabes que o documento da SS que condena Sobrino não o proibe de continuar a ensinar teologia: tal avaliação fica a cargo do bispo local.

O arcebispo de Salvador, sucessor de Romero, - não escreverei o nome dele - proibiu-o de ensinar na UCA ( que ele ajudou a fundar ). Tal arcebispo era, no tempo de Romero, o Ordinário castrense, e, elevado ao pálio, o exército salvadorenho promoveu-o a brigadeiro-general, posto que o homenzinho aceitou das mãos dos carrascos do antecessor.

Agora, tu e o Víctor, em quem resplandece uma fé eclesial em mim mortiça, expliquem-me, SFF, quando se pensa na vossa igreja, em que devemos pensar: Na de Romero? Ou na do homenzinho?

Responder "ambas" não vale: a contradição só é motor do progresso até um certo nível e durante um certo tempo. Depois, é só sinal de inadequação à realidade e de incapacidade de reforma.

Beijinhos,

ZR.

Vítor Mácula disse...

Olá, Zé Ribeiro.

A dialéctica hegeliana do progresso is for the world, e mesmo assim prefiro Machiavel :)

É mais simples para mim, e daí ter dito o que disse acerca da noção de Igreja que se desenha na entrevista. “Igreja” para mim corresponde fundamentalmente ao chamamento e reunião em Cristo. Daí que a analogia tradicional é a de família, irmãos e coisas do género (o papá em Roma:) Ou seja, mesmo que o meu irmão seja fascista e eu libertário, há um laço de carne e sangue que se mantém… Isto é evidentemente uma analogia, e é lícito perguntar que tem que ver o tradicionalismo ligado aos grandes senhores de outrora com a pretensão de libertar os oprimidos das estruturas sócio-económicas injustas. São adversários, como é evidente. Resta a pergunta se o cristianismo consegue abarcar adversidades (César das Neves e Mário de Oliveira;) sem se anular.

Eu entendo que sim; pelo menos, é o que se passa historicamente. Claro que há sempre uns de lado e de outro a acusar os outros de “falso cristianismo”, e bem pertinentemente. Et pour causes (o plural não é gralha).

Isto é, não é ambas: é a mesma Igreja, o mesmo fenómeno de reunião concreta e real de pessoas, que se distinguem entre si por vezes até à adversidade. O cristianismo não é bem uma ideologia. Isso não significa, repito, que questões como a tua, de se tal posição ou outra é ou não conforme à revelação do divino in the world, façam sentido e pertinência.

Quanto ao que referes, não estou bem dentro do assunto historicamente. Mas o mais provável é ser um abuso de poder católico, coisa costumeira. Aqui toca-se o ponto irritante para os que vêem a Igreja como uma instituição social e ideológica: que os disparates dos seus membros não anulam o chamamento, mesmo quando o ofuscam (para mim, claro; conheço quem se afaste da Igreja, em termos de adesão visível – ritos, dizer “sou católico” etc, sem desaderir, digamos assim, à relação com Deus em Cristo). Voltando a S. Salvador, deve tratar-se da reposição de forças socio-políticas com o episcopado, anteriores ao Romero.

Isto é a matter complicado como o raio.

Não sei se me expliquei bem (para variar;)

Bjocas

Anónimo disse...

Há muita coisa que não consigo parar de perguntar-me ...

O que é a Igreja? Para que serve a Igreja?

Parece que a consideras uma espécie de família mística, de homens mortos, vivos e a nascer, unidos a Deus por Jesus Cristo ...

Bom ... é mesmo místico, não é? Porque, desculpa-me perguntar, homem terra-a-terra que sou: e quais são as consequências visíveis dessa união? Por "visíveis" quero dizer que são apreciáveis no comportamento dos homens e que não remetem apenas para a salvação pessoal, no fim dos tempos, a vitória sobre a morte e essas coisas todas ...

Por outras palavras: O "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" como é que se torna real na História? E em que medida é que a Igreja ajuda a dar-lhe corpo?

Nota bem: não estou a falar daquela conversa belicodoce da Igreja sobre o amor; não da "verbiage" sobre o amor em que a Igreja é perita.

Ora, se voltarmos a vista para a História, não me parece que a Igreja tenha contribuído muito ...

Tens que reconhecer que a contribuição da Igreja para o fim da escravatura foi ínfima ... Que a a liberdade de consciência e de religião e a livre expressão do pensamento fizeram o seu caminho contra a Igreja ... O mesmo da separação entre o que é de Deus e o que é de César ... O mesmo da escolha dos governantes pelos governados ... O mesmo na progresiva eliminação da discriminação sobre as mulheres e as minorias sexuais ...

Em todos estes casos, foram os homens não crentes, ou crentes, mas que agiam contra a doutrina da Igreja, que tiveram os papéis mais activos ...

Não achas isto perturbador?

Achas que chutarmos para o céu o nosso cristianismo me faz calar estas perguntas?

Para que serve a Igreja?

Em que medida tem sido ela o fermento do pão humano e sacramento da salvação?

É verdade que, no que toca à economia da salvação, se encontra só nela a plenitude dos meios que Deus pôs ao nosso dispor? Ou, pelo contrário, o estar nela aumenta a probabilidade de me perder, por discriminar os meus irmãos com fundamento na crença religiosa, ou no género, ou na orientação sexual?

Nota que eu não quero uma Igreja só de Santos, longe disso. Apraz-me uma Igreja pecadora ( pelos homens ) e Santa ( pelos homens e por Jesus Cristo ). Mas é preciso que seja melhor, um pouquinho melhor bastaria, que o mundo ...

E não é.

Sabes que, em média, me sinto muito melhor junto dos meus irmãos não crentes, que junto dos crentes?

O busílis está em que a crença, digamos "abstracta", "mística", chutada para o céu ( como disse há pouco ), acompanhada de discriminação dos irmãos, bule, pela negativa, com os meus sentimentos de justiça mais profundos ... que não trocaria, se preciso fosse, pela salvação da minha alma.

Imagina-te aí pelos anos 50 a 80 na África do Sul do apartheid. A Igreja Reformada Holandesa, maioritária na comunidade boer, tinha desenvolvido uma justificação teológica do apartheid ... Para o Diabo que a carregue a união mística! Irmãos ou não irmãos de fé - não contassem comigo para me assentar com eles à Mesa!

É que, Vítor, se há presença real, ou espiritual; se transubstanciação, ou consubstanciação; se isto, se aquilo - daquelas merdices que fazem as délícias dos teólogos - tudo isso me é, no fundo, indiferente. São especulações humanas sobre coisas não humanas, usando categorias humanas, e nada mais. Servem só para dmonstrar, na medida em que por elas ensanguentámos o mundo, que não compreendemos a mensagem d'Ele.

O que eu não consigo suportar na Igreja não são essas doutrinas de fé. É a doutrina sobre os costumes e a correspondente práctica. A discriminação dos fiéis. A indulgência ante os pecados contra a caridade e a tónica nos pecados contra a castidade. O seu funcionamento arcaico. A estreiteza de espírito, a dureza de coração e a ausência de caridade dos seus responsáveis.

Entrar numa igreja é-me sempre penoso, porque não consigo deixar de pensar em tudo isto. E revejo sempre mentalmente os meus antepassados judeus; e os meus irmãos paneleiros; e todos os que vocês discrimina(ra)m, humilha(ra)m e e ofende(ra)m - em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo!

É-me hoje claro que devo ficar de fora ( da Romana ).

Desculpa ter-te maçado.

ZR.

Anónimo disse...

Até parece que ao tirar-lhe o cargo de professor numa universidade o mataram. Será que alguem tem direito a ensinar o que quer numa universidade de medicina?

Vítor Mácula disse...

Olá, Zé Ribeiro.

Bem, antes de mais, pequena nota periférica: o papá está em Roma, é evidentemente uma idolatria. O facto de essa idolatria ser grau ou degrau do caminho de alguns para Deus – como em outros pode ser a própria razão ou outra coisa qualquer (enfim, quase qualquer;) – tem que ver com a caminhada de cada um. E o facto de eu, por motivos de trajecto pessoal passar ou estatelar-me mais por outros graus e degraus, significa apenas isso mesmo: trajecto, peregrinação.

Depois de mais e desde logo, pá, isto é a malta na palheta, quando me maçares digo-te, mudo de tema, mando-te passear, deixo simplesmente de comentar, sei lá… ;)

Bem, e eu não me expliquei bem. Não se trata dum “depois da morte” mas dum “já agora”, embora como se sabe é um “já agora” a caminho, isto é, não numa contínua plenitude. Passa-se que nessa união mística ama-se o seu inimigo, essa é a proposta cristã no seu limite. E daí permitir, de certo modo, a reunião na discórdia. O mistério eucarístico e “o amor de Cristo nos reúne”… Bem, mas isso talvez esteja focado nas bardachices teológicas que não aprecias… Vejamos, na prática: eu não vejo ou associo “discurso da igreja” a “discurso do magistério romano”, e considero o discurso do Nós somos Igreja, por exemplo, tão “discurso da Igreja”. Agora, é evidente que muito dos nossos discursos estarão eivados de não-cristianismos e anti-cristianismos… Cada qual que sinta o chamamento, procure os lugares e graus e degraus e comunhões concretas que tal alimentam… Não sei… É pelo menos o que eu faço… Os dislates de nenhum, seja o cristão da paróquia da esquina, seja eu próprio, seja o papa, me induzem a afastar do apelo que anseio e a que tento responder “aqui e agora” (deixemos por ora a morte em paz;)

Percebo o que dizes acerca da história do cristianismo, embora pense que está um pouco simplificado e com alguma “ingenuidade” relativamente à bondade teórica e prática dos momentos histórico-ideológicos de que falas.

Seja como for, eu, por exemplo cristão, não discrimino os meus irmãos por raça, sexualidade e etc que para aí falas… e refiro-me à minha vida concreta, afectiva, pessoal, íntima, mística, religiosa, e há lugares na Igreja onde não se os discriminam também. Posso até indicar-te grupos de comunhão que organizam retiros, encontros, celebrações, de mais modos que a leitura de jornais ou a voz do magistério possa indiciar. Mas com isto não quero de modo nenhum convencer-te a seja o que for; isto é, se te é claro que deves ficar fora da Igreja romana, álea jacta est, que seja esse o teu trajecto em e para Deus.

Acho que já me perdi um bocado na conversa:)

Podemos falar dos costumes, quando eu tiver tempo (tenho de trabalhar:) e se não te maçar… ;) Mas para mim, separá-las assim da fé (ou da relação com o deus vivo) é talvez um pouco falsear a orientação, precisamente, dos costumes… Terás que levar com conversa “para-Deus” também…

Bjocom dia!

Vítor Mácula disse...

Meu caro Zé, não resisto a uma nota pessoal e talvez um pouco abusiva: aquando do meu casamento, em que estavam cerca de 60 pessoas, todas amigas ou amigos de amigos (familiares ou não), apenas três pessoas comungaram das espécies (incluindo eu). Estavma lá também homossexuais e diversas raças e nacionalidades. Pensas que Deus esteve menos presente por tal?

Tens cá uma conversa, pá(pa)!

Anónimo disse...

Caro anónimo:

Ninguém me tirou o meu "lugar"na Universidade! E espero que o não tirem ...

Outrotanto não diria se vivese na Polónia, em que o Ministro da Educação, da Liga das Famílias Polacas ( o nome é todo um programa ... ), prepara legislação que barra a docência aos homossexuais "praticantes".

Tal legislação conta com o apoio da Igreja, claro: numa carta com instruções pastorais aos bispos dos EUA na década de 80, a Congregação para a Doutrina da Fé afirma que o Estado tem não só o direito, mas o dever, de impedir que os homossexuais "praticantes" sejam docentes, sirvam nas Forças Armadas, ou sejam treinadores desportivos ( ? ).

Claro que eu vivo num país em que a Igreja do meu amigo não tem a lata de fazer estas propostas. Não porque não as faças suas - mas porque o laicismo ( abençoado laicismo, mil vezes abençoado! ) lhe limou os dentes e lhe diminuiu o alcance dos couces. E, por uma questão de sobrevivência, bate a bolinha baixo. Mas é claro que, lá no fundo, continuam a ser as suas propostas.

Exagero? Lembra-se o amigo da campanha prévia ao referendo sobre o aborto? Lembra-se o amigo que houve propostas de figuras gradas da Igreja para que, mantendo-se a criminalização, as mulheres que abortassem não fossem penalizadas? Pois pela mesma altura, na Nicarágua, reforçavam-se as penas sobre as mulheres que abortassem - com o apoio da Igreja!

Mas a questão é outra ... É que o meu amigo concorda com essa discriminação, ora concorda?

Beijinhos,
ZR.

Anónimo disse...

Vítor:

Terei todo o prazer em continuar a falar contigo sobre estas coisas ...

Parto em breve para a Polónia ( não, caro anónimo, não vou observar in loco um país de bons e cristãos costumes, que segrega paneleiros; vou visitar o meu filho mais velho que aí casou - com uma mulher, homem!, não se assuste ... - e aí vive ). Quando voltar, daqui a quinze dias, tentarei contactar contigo.

Beijinhos,
ZR.

Anónimo disse...

Caro anónimo:

Eu sou uma pessoa de raciocínio muito lento, vulgo "estúpida".

Só agora, ao tomar o iogurte, é que percebi que o meu amigo se referia à "evicção" de Sobrino da UCA ...

Não, não o mataram ... por causa do laicismo ... do que falei ... Em outros tempos, e recusando retractar-se, sem dúvida que iria para torresmo.

Quanto ao direito do homenzinho ( continuo a não dizer-lhe o nome ... ) de retirar a autorização a Sobrino para ensinar teologia católica numa Universidade católica - é claro que não o contesto, ora essa! Mas o ponto é outro ...

ZR.

maria disse...

muito boa conversa Vítor e Zé. :)

Vítor Mácula disse...

Ena pá, agora é a Polónia... Isso é que é viajar, Zé :)

Inté, e boa viagem.

Anónimo disse...

Para que não se pense que tenho alguma má-vontade específica contra a Igreja Romana pelas minhas origens judaicas, aqui deixo um miminho distribuído por grupos judeus ultra-ortodoxos na gay pride parade que terminou há minutos em Jerusalém:

"To all those involved, sinners in spirit, and whoever helps and protects them, may they feel a curse on their souls, may it plague them and may evil pursue them; they will not be requitted of their transgressions from heavenly judgment."

Muito honestamente: a este nível de homofobia nunca vi um documento da Igreja Romana .

Ciao, que me vou para a sucursal polaca,

ZR.

paulo disse...

Muito obrigado pela chamada de atenção para esta entrevista.
Vale mesmo a pena ler, refltectir, debater. Para ser um pouco mais gente e gente à maneira de Jesus.

Vítor Mácula disse...

Adenda: o amar o adversário adentro da Igreja não significa isto que seja o da Joana, e que todas as distinções permitam adesão. Significa que é o de Jesus, adesão que se sintetiza bastante bem no credo. O “no amor de Cristo que nos reúne” está aí, e todas as diferenças que não rasguem essa unidade, são especificidades e particularidades que distinguem mas em Cristo não dividem; quando o fazem, é porque nós próprios as agimos, contra Cristo. Claro que o credo não é algo de separado, e que tem implicações em todas as áreas da vida. Mas, digamos assim, da síntese para a frente, toda a aferição requer redobradíssimo cuidado e atenção, pois que se avança num terreno minado pelas divisões do demónio.

Adenda para os tempos de ilustração: “Machiavel” não corresponde a “esconder algo para levar a cabo más intenções” ou outra coisa qualquer do género que os avatares da falsidade e da divisão fizeram do ilurtre Nichóllo. Corresponde a “ver como as coisas se passam, e analisá-las a partir disso mesmo”; trata-se duma posição que erradica toda a conceptualização pseudo-justificativa e alienante da realidade (como o é no fundo toda a apreensão do real que parte duma ideologia ou sistema fechado).

PS: Bom dia!

Anónimo disse...

Mesmo antes de ir-me ( e já só poderei ler a resposta em Varsóvia ):

Pergunta directa que merece resposta directa:

Comungarias na Igreja Reformada Holandesa, na África do Sul do apartheid?

Não sei se terias objecções por o calvinismo ter uma concepção da Ceia do Senhor diferente da tua; ou por seres católico romano e, por tal, estares proibido pela tua Igreja.

A pergunta é outra: porque justificavam teologicamente o apartheid! Por isso!

( Claro: se tivessem a ronha hipócrita da tua Igreja, acrescentariam que os pretos, mestiços e indianos tinham "plena dignidade humana". Tenho que arranjar os textos deles e pedir ao Imme que mos traduza para ver. )

'Jinhos,
ZR.

Manuel disse...

Passei uns dias sem net e quando venho, dou com esta conversa fantástica, a decorrer à minha revelia...:)
Há quem tenha autores preferidos; eu posso dizer que tenho leitores preferidos: "ver" o Zé Ribeiro e o Vitor nestas discussões sumarentas, faz-me sentir justificado na minha teimosia de manter o "adro" aberto, apesar de lhe dedicar tão pouco tempo... :)
Já venho tarde e a más horas para meter o bedelho no debate, mas não resisti a deixar aqui um abraço e um obrigado.

PS: Caro Zé, não te esqueças de puxar as orelhas aos gémeos, já que estás aí por essas bandas...:)

Vítor Mácula disse...

Olá, Zé.

Pois, pois, lá vem a pergunta que julga… Mas continua aqui a haver uma distinção de alhos e bugalhos, e não penso que valha a pena discutir palavras, mas noções. A tua noção de Igreja parece-me aquela que é comum a certos integristas e certos ateístas: uma organização doutrinal, com uma comissão central ideológica, e a que se tem de ter uma adesão concordante teórica e prática. Ora, não vale a pena debater problemas a partir de noções diferentes, e penso que a minha noção de Igreja está suficientemente clara. Quanto muito aduziria que essa noção ideológica de Igreja não me parece muito neotestamentária e cristológica, mas isso seria uma conversa que porventura não te interesse (lá se teria de ir à teologia e à leitura bíblica;)

Portanto, a partir da minha noção três pontos: a discordância doutrinal com a paróquia ou grupo em que se comunga não é critério da validez do sacramento (e suponho que não queres debater a misteriosa teofagia e a correlata união em Cristo;); teria de ver-se se todos os cristãos, grupos e paróquias apoiavam teologicamente o racismo (o que duvido); um cristão discordante talvez fosse comungar e convivesse lutando contra essa racismo teológico a partir de dentro (à Romero;).

A partir da tua noção, nem é preciso ir ao apartheid: se tivesse de aderir ideologicamente a todas as posições declaradas pelo magistério romano, nem em Portugal hoje comungaria; informe-se, já agora, que tal nem é exigência magisterial.

Tenho ideia que não há proibição de comunhão ecuménica por parte do magistério romano; há sim, um aviso de que tal tem de ser feito em consciência das diferenças teológicas acerca da eucaristia. Seja como for, eu comungo em celebrações protestantes e ortodoxas.

Pronto, ó juiz de fora ;) Fui o mais directo que a minha complicada cabecinha permite.

Abreijowska!

Anónimo disse...

E l� vamos n�s, de vento em proa ...


http://www.guardian.co.uk/pope/story/0,,2123195,00.html


Reclamareis, decerto, mas muito urbanamente, que a S� Apost�lica exerce sobre v�s um grande fasc�nio: como a serpente sobre os passarinhos.

Ou assobiareis para o lado ... n�o ... para cima.

"Vinde ver: abrimos as janelas, sacudimos o p� e pus�mos flores novas para vos receber".
Como o bom homem estava enganado: as janelas est�o de novo fechadas, o p� acumula-se sobre os trastes, as flores murcharam, o Mundo n�o veio, vai.

Como n�o vejo qualquer correla�o positiva entre a caminhada do homem para Deus e o consumo anual per capita de h�stias, n�o estou nada preocupado!

Os vossos problemas n�o s�o os nossos problemas. V�s os inventastes, enredados nos vossos preconceitos, envoltos no vosso descomunal orgulho de tudo saberem e para tudo terem resposta pronta e completa. Resolvam-nos v�s; ou n�o os resolvam e afundem-se com eles; mas n�o nos incomodem com o glu-glu no afundamento.

Beijinhos,
ZR.

Maria João disse...

Na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa.

Participa e divulga! Se não puderes estar presente, reza na mesma.

bjs em Cristo
Maria João
Fé e Missão (Missionários Combonianos)

Anónimo disse...

visite:
www.ojornaldafamilia.blospot.com

Migalhas disse...

Olá.
Grandes férias!
Espero que regresses bem, cheio de força e energia.
Olha que o nosso convívio até nem é mau!
Abraço

Vítor Mácula disse...

Ah, Zé Ribanças, olha, diz o pequeno cogumelo: as coisas renovam-se no seu gluglu.

Mas é um pouco seca não estares já a dialogar com o outro mas com o espelho do ressentimento.

Pffft!

Olha 2, vai bardabeijo na bardafruta.

Vítor Mácula disse...

Acorda, Manel, pá!

"Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.

Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo."

(Álvaro de Campos)

Abraaaço, Manel, pá! :)

Anónimo disse...

Caro amigo, como sabei gostei muita da fase em que trabalhamos em conjunto, designadamente na Defesa. Confesso que só pode ser por inoperancia da minha parte, mas perdi o seu rasto. Tentei por varias formas, mas não me foi possivel.....e eu não insisti o suficiente.Finalmente fui mais determinado e aqui estou para lhe dar um forte abraço em Paz e Fraternidade.Felicidades.
Francisco Lopes Figueira

Manuel disse...

Caro amigo Francisco L. Figueira,

É bom saber de si. De facto, a vida dá muitas voltas e há muito que não nos encontramos; precisamente desde essa altura, n'a defesa.
Obrigado pela sua determinação que o fez chegar aqui e pelo seu abraço. Deixo-lhe outro, com sentida estima e amizade.

Manuel Vieira

maria disse...

manel,

diz qualquer coisinha! please!

Pedro Leal disse...

Manuel,

Gosto de coincidências. Como esta: voltar aqui, depois de tanto tempo, precisamente no dia em que faz um ano sobre este teu post.
Que tal um novo post?

anareis disse...

Estou fazendo uma Campanha de Natal para crianças necessitadas da minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro,são crianças que não tem nada no Natal,as doações serão destinadas a compra de cestas básicas-roupas-calçados e brinquedos. Se cada um de nós doar-mos um pouquinho DEUS multiplicará em muitas crianças felizes. Se voce quiser ajudar é fácil,basta depositar qualquer quantia no Banco do Brasil agencia 3082-1 conta 9.799-3 Voce verá como doar faz bem a Alma,obrigado. meu email asilvareis10@gmail.com

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Um Santo Advento, cheio de Alegria e Esperança.

Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, a Boa-Nova é anunciada aos pobres.

Que o Messias esteja nos teus olhos, mãos e fundamentalmente no coração manso e humilde.

Pax Christi

Anónimo disse...

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Heterossexual e branco, disse...

Intriguistas e maldizentes... armados em misericordiosos! Vão trabalhar, católicos desnecessários. Guardar cabras e ovelhas, arrancar mato, reflorestar este País. Quanto ao Padre Manuel Vieira, vive actualmente em Salamanca? Onde estuda, frequenta bibliotecas, conversará com gente interessante? Quão longe está a humilde e ignara Malarranha. Você é um privilegiado. É uma desnecessidade. Claro que trocadilhos- SS, Santa Sé- próprios dos filhos de Loyola devem colocá-lo em êxtase! E que tal uma enxada nas unhas sr. presbítero? Sê" como um cadáver nas minhas mãos", "um barro totalmente moldável", uma "obediência total a mim" teu tutor, teu director espiritual o teu outro eu! Não é assim a iniciação do noviço jesuíta? Não é isto a perda de liberdade, do poder de escolha, e uma aberração psico-afectivo-social? Quanto à sexualidade Ler S.Freud, C. Jung, Egas Moniz, Vaz Serra e outros. Com total liberdade. E que seja muito feliz sr. Manuel Vieira.Ah, leia também Miguel de Unamuno, já que está "em casa". Tenha um bpm dia e uma boa vida,sr. Vieira. Cumprimentos.

Heterossexual e branco, disse...

Também li a entrevista do Padre Jon Sobrino. Tanta vítima do neo-liberalismo. Está certo. Mas a contradição é manifesta. Porque não se fala dos genocídios de José Estaline na União Soviética? Onde estão os milhões de alemães do Volga? Que é feito dos Kalmiques que habitavam as estepes ao norte do Cáspio e foram assassinada pelas hordas da NKVD? E a fome, a morte e destruição na Ucrânia, o assassinato dos Kulacs? Claro/escuro que não se justificam crimes com crimes. A miséria na América Central é um facto. O Brasil, sem padres Boffs, está a construir uma classe média muito razoável. E a miséria e crimes- o verdadeiro genocídio em Cuba perpetrado pelo sociopata Fidel Castro? E a Coreia do Norte? E a Birmânia? E o atraso atávico e permanente da Bulgária e Roménia após 21 anos da queda do Muro? Misérias. E lembremo-nos do que fizeram os republicanos a muitas freiras e padres de Barcelona. Parece que tudo isto é esquecido por Jon Sabrino.É assim que a entrevistade Sabrino é, para mim, medíocre. Unilateral. E històricamente medíocre.